(You
can find a Portuguese translation below the following English review, courtesy
of Angelica Sakurada. The Portuguese is hers. Any controversial opinions are
entirely my own.)
It
was not exactly the United Nation’s finest hour when it tapped China to join its
Human Rights Council, despite its dismal record of press censorship, cultural
genocide in East Turkestan, and the continuing oppression of religious worship
(plus, they made whistleblowers in Wuhan disappear during the early days of the
current global pandemic). Hypocrisy and corruption have long been rife
throughout the UN bureaucracy, especially during the days of Kofi Annan’s
administration. The one shining exception was Brazilian diplomat Sergio Vieira
de Mello. He had the unique distinction among his UN peers for actually
brokering equitable peace deals, but he was tragically killed by the Al-Qaeda
faction that evolved into ISIS. After chronicling Vieira de Mello’s story in
documentary form, Greg Barker retells it in the narrative feature simply-titled
Sergio, which starts streaming this Friday on Netflix (after premiering
at this year’s Sundance).
Vieira
de Mello opposed the Iraq War—a fact Barker and screenwriter Craig Borten clearly
do not want us to forget. In fact, they revel in his disagreements with Paul
Bremer, the Administrator of the Coalition Provisional Authority of Iraq. Alas,
it is no spoiler to mention the titular diplomat was killed during his Baghdad
posting, because Barker uses it as a narrative device, flashing backwards to
happier times, while U.S. Sergeants Bill von Zehle and Andre Valentine, firemen
in civilian-life, struggle to unearth Vieira de Mello and his colleague, Gil
Loescher, from the precarious rubble. Obviously, the prognosis looks bad.
Those
better days include Vieira de Mello’s tenure as the UN’s Transitional
Administrator for East Timor, where he negotiated the new nation’s peaceful
independence from Indonesia. East Timor is also where the divorced High
Commissioner meets Carolina Larriera, a micro-finance expert, who becomes his
lover and UN colleague. Unfortunately, such distractions cause Vieira de Mello
to neglect his sons. Indeed, family time is rare and awkward for the diplomat
(sadly, a big pot of delicious shrimp moqueca is neglected during a short-lived
family reunion).
Sergio’s biases are
blatantly obvious, but they still probably could have been worse. Arguably,
Bradley Whitford’s cartoonish portrayal of the nebbish Bremer as cynical villain
is the most egregious aspect of the film. On the other hand, it forthrightly
depicts the heroic efforts of von Zehle and Valentine to save Sergio and
Loescher. It is worth noting von Zehle served as a technical advisor, which is
a major reason why the rescue sequences are so tense and realistic.
Borten’s
screenplay readily admits Vieira de Mello’s decision to evict the U.S. forces
guarding the UN’s headquarters in Iraq left it directly vulnerable to terrorist
attack. However, for some dubious reason, it omits al-Zarqawi’s cited motivation
for the bombing in his statement of responsibility: the East Timor deal that
result in a net loss of territory controlled by the Islamic Caliphate—in that
case the Indonesian government.
As
a film, Sergio moves along at a good pace and convincingly recreates the
major events of his time, even though Barker and lead actor Wagner Moura are
transparently mindful of protecting Vieira de Mello’s reputation throughout the
film. They show some self-doubt and human weakness, but just enough to provide
an opportunity for redemption. Ana de Armas is pretty believable expressing
frustration with his workaholism and commitment phobia, but the character is
largely defined in relationship to him.
Up
until the harrowing rescue sequences, Brian F. O’Byrne almost always hits the
same cynically pragmatic note as Loescher, Vieira de Mello’s more realpolitik
lieutenant. As it happens, the most charismatic performance might just come
from Garret Dillahunt, who inspires confidence playing Sgt. von Zehle. Plus,
fans of Southeast Asian cinema may be amused to see the great Vithaya
Pansringarm pop up briefly as the president of Indonesia.
Sergio
has
a smoothly professional gloss, but its predictable sentimentality gives it the
vibe of a well-intentioned TV movie, which it sort of is. It is not boring, but
it always feels very sanitized. Still, it does better by the American military
than most viewers would expect. Recommended as a candidate for
socially-distancing, self-quarantining streaming, Sergio premieres this
Friday (4/17) on Netflix.
Sérgio, o filme na Netflix
Não foi o melhor momento das
Nações Unidas quando a China foi escolhida para participar do Conselho de
Direitos Humanos, apesar das evidências deprimentes de censura de imprensa,
genocídio cultural no Turquestão Oriental, e a pregação contínua da opressão
religiosa (além deles terem feito as denúncias em Wuhan desaparecerem no
princípio deste pandemia global). Hipocrisia e corrupção sempre foram
recorrente na burocracia das Nações Unidas, especialmente durante o mandato de
Kofi Annan. A única exceção evidente foi o diplomata brasileiro Sérgio Vieira
de Mello. Ele apresentava uma distinção peculiar entre os seus colegas na ONU
por realmente negociar tratados de paz imparciais, embora ele tenha acabado
sendo tragicamente morto pela facção da Al-Qaeda que se tornou o ISIS. Após
contar a estória de Sérgio Vieira de Mello no formato de documentário, Greg
Baker reconta a estória em forma de narrativa simplesmente intitulando como Sérgio, que será lançado neste
sexta-feira na Netflix (após lançamento no Festival de Sundance deste ano).
Sérgio de Mello se opôs à
Guerra do Iraque, um fato que Greg Baker e o roteirista Craig Borten fazem
questão de nos relembrar. De fato, eles revelam este fato nos desentendimentos
entre Sérgio e Paul Bremer, o administrador da Autoridade Provisória da
Coalizão do Iraque. Não é nenhum spoiler mencionar que o diplomata titular foi
morto durante seu posto em Bagdá, porque Greg Baker usa isso como instrumento
de narrativa, voltando ao passado a momentos felizes, enquanto os sargentos americanos Bill von
Zehle e Andre Valentine, bombeiros na vida civil, sofrem para desenterrar Sérgio
de Mello e seu colega Gil Loescher dos escombros. Obviamente, o prognóstico se
mostra ruim.
Os dias melhores incluem o
mandato de Sérgio de Mello como o administrador de transição da ONU no Timor
Leste, quando ele negociou com a Indonésia a independência pacífica da nova
nação. O Timor Leste é também onde o alto comissário divorciado conhece
Carolina Larriera, uma especialista em micro-finanças, que se torna sua amante
e colega da ONU. Infelizmente, essas distrações acabam por fazer Sérgio de
Mello negligenciar seus filhos. Realmente, tempo em família é uma coisa rara e
estranha para o diplomata (até um caldeirão de moqueca de camarão é
negligenciado durante uma curta reunião de família).
A tendência política de Sérgio
de Mello é bastante óbvia, mas poderia ter sido ainda pior. Discutível, o
retrato cartunístico de Bradley Whitford do nerd Bremer como uma vilão cínico é
a parte pior do filme. Por um outro lado, o filme decididamente mostra os
esforços heroicos de Bill von Zehle e Andre Valentine no salvamento de Sérgio
de Mello e Gil Loescher. É importante destacar que Bill von Zehle atuou como um
assessor técnico, que é uma das principais razões do porquê as sequências de
resgate são tão tensas e realísticas.
O roteiro de Craig Borten
imediatamente admite que a decisão de Sérgio de Mello de dispensar a guarda
americana fazendo a segurança do prédio da ONU no Iraque os deixou diretamente
vulnerável ao ataque terrorista. Entretanto, por razões dúbias, o filme omite a
citação de al-Zarqawi sobre o motivo do ataque na sua declaração de autoria: o
tratado do Timor Leste que resultou na perda de controle de território pelo
califado islâmico, neste caso do governo indonésio.
Como filme, Sérgio se desenrola bem com um bom ritmo
e convincentemente recria a maioria dos eventos do seu tempo, mesmo que Greg
Baker e o ator principal Wagner Moura se mostrem transparentemente cientes em
proteger a reputação de Sérgio de Mello no filme. Eles mostram algumas inseguranças e defeitos
do ser humano, mas somente até o necessário para permitir uma oportunidade de
redenção. Ana de Armas é bem convincente expressando sua frustação com o jeito
workaholic e pavor de comprometimento de Sérgio de Mello, mas o personagem é
bastante definido em função dele.
Até as sequências intensas de
resgate, Brian F. O’Byrne quase sempre mostra o mesmo tom pragmático e cínico
como Loescher, o tenente realista de Sérgio de Mello. Como esperado, a
performance mais carismática vem de Garret Dillahunt, que inspira confiança
representando o sargento Bill von Zehle. Além disso, os fās de cinema sul
asiático devem ficar alegres em ver o grande Vithaya Pansringarm aparecer
brevemente como o presidente da Indonésia.